sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Experiência com colegas e estudantes com necessidades especiais.

296-1226525335204n Quando eu fazia faculdade, havia um estudante que ia na van conosco e ele possui DV.

A mãe dele o levava todos os dias ao ponto de onde pegávamos a van, mesmo que todos nós sabíamos que ele conseguia chegar até o local sozinho, a mãe não queria que ele usasse a bengala especial para DV.

Cursava psicologia e como estudante universitário, sofria discriminações por parte de alunos e professores. Chamavam a atenção dele quando ele usava a ferramenta para escrever em braile, pois causava barulho “tic, tic, tic”.

Alguns colegas e amigos liam as apostilas para ele, mas a maior luta dele era que a faculdade que tinha uma grande reputação, imprimisse algum material para ele em braile. O que nunca, até onde eu sei aconteceu.

Nas aulas de anatomia, por exemplo, o professor explicava e mostrava o esqueleto e ele sentado escutava. Eu imaginava... Como??? Os professores deles não estavam preparados, a faculdade não estava preparada.

A mãe chorava de angústia, e num escondia a sua tristeza, o que fazia com que mais triste ainda o nosso colega ficasse.

Outro caso de que não me esqueço, é de um aluno que eu tinha quando eu lecionava língua inglesa pra o 2º ano do Ensino Fundamental. Ele possui síndrome de Down, e nosso relacionamento afetivo era muito grande. E ele me ensinou várias coisas. Eu adaptava meu material para ele. Eu não sofri nem um pouco trabalhando diferente com o aluno, a escola me dava alguma orientação e lá ia eu. Quando ele me via na rua gritava “fessôôôôô”, e vinha correndo me abraçar. Naquele ano eu tive realmente uma experiência de vida fantástica que me traz ótimas lembranças. Hoje trabalho no ensino médio e tenho alunos com DM, encaro com muita naturalidade não tenho essa barreira do preconceito, e o desempenho deles é muito produtivo.

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